quarta-feira, 10 de novembro de 2010


 É no governo do Arthur da Costa e Silva que a ditadura se consolida. Com o discurso de combate ao terrorismo, a ditadura militar cria um aparato estatal quase nos moldes dos países comunistas.
Ex-Ministro da Guerra de Castello Branco, Costa e Silva havia sido afastado do comando do 4º Exército pelo presidente João Goulart por ter reprimido manifestações estudantis.
Como uma mentira de 1º de Abril não dura muito, a oposição cresce no país, mesmo entre aqueles que desejavam a saída de Goulart em 1964. As passeatas aumentam na mesma proporção do descontentamento popular. Afinal, o golpe para defender a pátria e a liberdade havia se convertido numa ditadura, mal disfarçada de democracia, sem prazo para terminar.

Em 1968 a situação estava insustentável. Para conter os protestos e greves, principalmente nas grandes cidades, o governo decreta em abril que 68 municípios são estratégicos para a segurança nacional, e portanto, têm seus prefeitos nomeados diretamente pelo governo federal.

A oposição se reúne na Frente Ampla, um movimento democrático que reunia os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart e o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda. Os três morreram em circunstâncias duvidosas - num curto intervalo nos anos 1976 e 1977.

Os mais fascistas pressionam o governo a radicalizar a ditadura. A única forma para afastar o perigo do desmonte da farsa. 13 de dezembro, considerado o golpe dentro do golpe, o primeiro Ato Institucional sem prazo de vigência, dissolve o congresso, cassa mandatos e dá plenos poderes ao presidente. Enfim, a ditadura mostra as suas garras numa sexta-feira 13. Para um golpe que começou no dia 1º de Abril, o dia da mentira, todos os símbolos irônicos tornam-se uma piada de mau gosto.

Costa e Silva sofre uma trombose e é obrigado a se afastar da presidência em agosto de 1969. Como seu vice-presidente Pedro Aleixo é civil, cria-se um impasse. A solução para manter a "democracia" é a criação da "Junta Militar". Costa e Silva morre quatro meses depois.

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